Outra vez Novembro
Outra vez Novembro,
Escorregadio,
Já o frio quebrou o sol,
Já antes o fora,
Já antes choroso foi Inverno no Verão.
Outra vez Novembro,
Que não abala as paredes que ergo à minha limitação,
construídas por mim.
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Outra vez Novembro,
Escorregadio,
Já o frio quebrou o sol,
Já antes o fora,
Já antes choroso foi Inverno no Verão.
Outra vez Novembro,
Que não abala as paredes que ergo à minha limitação,
construídas por mim.
O semblante diz-se traído da distracção de ausências no olhar de quem não vê o mundo, mas com muito mundo dentro nas parcas palavras que lhe saem em forma de luz.
Um refúgio nele mesmo não lhe confere já mais esperança. Percorre a cidade na rotina diária das horas doadas pelos minutos, e revê sem que se saiba que revê, as mesmas pessoas nas mesmas horas doadas pelos minutos.
São as “suas” pessoas sem que saibam que são os seus amigos, sem que saibam que sabe das suas rotinas, sem que saibam que sabe que a vida lhe permite sem abrigo ter amigos, nas horas sempre iguais, doadas pelos minutos diferentemente sentidos.
O Jorge, é um sem-abrigo da praça da alegria que vive na sua tristeza.
O meu ultimo sonho não está no meu ultimo olhar,
O meu próximo olhar é o meu sonho seguinte,
Antes de mim existo eu,
E eu sou o sonho e o olhar,
Equidistante de cada pedaço seu.
Dizem que entre nós existe mais do que um mundo a separar-nos, pelo menos foi o que eu entendi. Se somos de mundos diferentes (e eu confirmo), há mais do que um mundo a separar-nos. Há dois. O meu e o teu. Ficaste zangada por eu te ter entendido, (vá lá eu entender-te mesmo) e voltaste a dizer-me pela enésima vez - não percebes nada – e talvez eu não perceba mesmo nada, porque em mundos diferentes, podemos até ser de países diferentes, que falam dialectos diferentes, porque a língua que eu queria falar-te é universal, é o idioma do amor, e eu, só queria amar-te, não queria exilar-me de mim noutro mundo qualquer.
Obrigado madrugada por me teres desembriagado.