Voa, voou, esvoaçou ...
Minha Joaninha voa, voa
Os dias gastam-se. Soltam-se. Desprendem-se. Esfumam-se entre os dedos como a areia da praia. A ampulheta do tempo inverte-se. Decrescentes, os dias flutuam em direcção à partida acabada no começo. Início de um voo anunciado. Sinto-te tão próxima e delicada. Estou a teu lado, como sempre. Os teus olhos pedem abraços que te dou. Gosto do que temos feito nestes dias. Nada está a acabar, está tudo a começar. Uma nova e boa fase. Nunca o meu ego quereria que não existisse esta etapa por te perder. Nunca perderei. Se tu ganhas, ganharei. Distanciados ficaremos juntos. A minha menina está grande, vai ser maior ainda, se é que existe dimensão no tamanho do que sinto por ti. Minha Joaninha voa, voa.
Publicado por cardilium às 10:20 de Terça-feira, 22 de Setembro de 2009, a dias de ir viver e estudar para Coimbra.
02.06.2012
Sendo pai, mãe e amigo e já parte do tempo tenha passado e outra fase se insurja por aí, afinal tudo aconteceu com naturalidade, proximidade e sucesso. Tenho no peito um vulcão, uma enxurrada na voz, e um fado na cabeça. Ontem, assisti aos sorrisos da diferença de sessenta, quarenta e vinte e cinco anos, intervalados e geracionais. O sorriso era o mesmo. Igual, não existiam diferenças. O abraço não se modificou, ao invés fundiu-se e solidificou-se. Sou existência da tua existência. Agora, nova fase se avizinha, mais autónoma, mais sólida de conhecimentos, mais coerente com o objecto de estudo em si. Como sempre, sempre e para sempre, estou cá, aqui, lá, onde for, porque, não sei não estar. Não estar retira-me dessa existência que tornaria a minha vida sem sentido, ou realizada. Flores de beijos e um abraço desta força imensurável, oceânica e universal. Tenho estas lagrimas presas ainda no coração. Chorarei esta madrugada de alegria, chorarei quando tiver que chorar, ou desistir de segurar este aperto de amor no peito fundo, nas mãos crentes, nas costas carregadas, na barriga revoltada, em mim todo, tudo és em mim. És e serás, sempre. Parabéns Joaninha.