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Cardilium

Cardilium

Como nos bons velhos tempos Patti Smith ...

Como nos bons velhos tempos as palavras sentidas juntaram-se ao rock roll no Coliseu. Patti Smith continua a viver de, e, para os sonhos. Genuína, transparente, forte, atrevida e convicta. Dancei no último mês duas vezes naquele espaço. Dancei felicidade, dancei vontade. Adormeci terno, como se levantar ás seis da manha fosse uma dádiva. Janto de sopa e bifana, naquela rua que elejo com o Chiado, dos lugares mais felizes das sete colinas. Passeio-me por ali como se nada mais existisse. Reconheço ao longe, o assobio da loucura de um turbante roxo, que faz do seu sitio o mundo. Já tem seguidores. Eu sou um deles. Se Jesus morreu pelos pecados de alguns e não pelos meus, não me culpem. Só quero dançar em ritmos lentos de dança. Adoro a silhueta elegante da tua dança. Saboreio a tua língua sedenta da minha. Os teus dedos em “festanço” pedem o “bocanço” que desejo. O teu encanto fascina-me. É tua a primeira letra do alfabeto. É nosso o desejo da primeira letra. A lua levou-nos até casa. A fruta sabe-me bem. O teu sorriso permanece cravado no meu coração. A saudade eleva-me o gostar. Espero pela melodia que me adormece e pelo calor com que me acordas. Adoro o teu abraço. O teu ar melodioso e doce prende-me. Sopras me sedução com o teu olhar. Danço contigo, como se conhecesse os teus passos de sempre, eternamente. Quero estar acordado. Quero saltar adolescentemente ate me doerem os joelhos. Quero transpirar tanto que o meu sal seja o teu. Quero beber da tua água para retemperar. Vou regando de musica a nossa bela historia, em que já não queria acreditar. Gracias cariño.

doi-me as cruzes !

Acordei. Dói-me as cruzes de as carregar. Sonho acordar da demência com que me deito. Ontem tinha uma voz roufenha e possuída. Há muito que os espasmos me tinham abandonado. Voltaram. Mexem-se as mãos sem ordem. Treme-me o corpo em desordem. Altero a respiração num sussurro descoordenado. Sinto os músculos tensos e as ideias dessincronizadas. Vejo reflexos de sorrisos ao longe. Antecipo o choro e o riso. As lágrimas são de cristal. Vivo mil anos como se hoje não existisse. Como se a dor se tratasse. Volto aos sítios que não recordo. Esquecem-me os cheiros. Ancorou um navio ao largo na maré-alta. As ruelas de escadaria acompanham-me. O movimento formigueiro não pára. Acontece a morte em cada degrau, em cada esquina. Morte lenta e soturna, como se em cada dose houvesse vida. O Casal Ventoso fechou para obras. As crianças já não brincam de fuga. Os assobios de vigia apagaram-se. Dói-me as cruzes ao acordar. A morte lenta acordou e partiu sem destino. A socialização converteu-se, numa religião qualquer, que não me ocorre assim de repente. Os cânticos emudeceram de espanto. As teses de doutoramento desprotagonizaram-se. Todos dizemos “olá fulano, bem-vindo e obrigado” Ninguém parte. Ninguém fica. O zumbido habita parte de mim. O ruído de fundo do planeta, continua o massacre ao silêncio. Doem-me as cruzes.

Socatres ou lá como se escreve....

OGE, mais uma pivia. Distintíssimos doutores fazem contas e suturam as gralhas. Agradecem ao povo o lucro, em festins com convidados distintos. A democracia Pidesca esta de volta e vai crescendo. Qualquer democrata hoje é fascista. Esta merda da democracia e da liberdade já não interessa para nada. Hoje deve ser o dia mundial de uma merda qualquer. Não interessa Portugal joga hoje no Kazaquistão e estamos á rasca. Que merda de selecção, estamos com medo de jogar contra o Kazaquistão. Nós os Cristianos Ronaldos, Ricardos, Sabrosas e Quaresmas, nacionalistas liderados por três brasileiros, Scolari punho de ferro e adjunto (s), mais o Deco esse portuguesíssimo de gema. Enquanto a nossa Policia, vigia sindicatos e as suas genuínas lutas. Enquanto isso, essa merda chamada Sócrates intimida tudo e todos com o seu ar de sonso. Qual manifestação Comunista qual merda, o sindicato UGT esta conotado com o PS e fez parte do desmembramento institucionalizado para dividir a força dos trabalhadores da CGTP. Sócrates hás-de me ensinar a fazer é notas de 50 euros. Intrujão. Enganaste-me bem. Dei te uma hipótese acabou. Voltarei a votar em ti se morreres e espero que pagues as contas todas cá. Provinciano de merda. Engenheiro mal acabado.

Num arrepio continuado

Num arrepio continuado

Elevam-se os meus poros.

A tua boca encontra a libido que despertas.

O conjunto fascina-me.

De dois fazer um é o alcance que consegues.

A rapidez como pensas o vento

Solto-me como se sozinho existisse.

Sob a luz avassaladora adormeço.

Cheira a terra e flores o teu leito,

É feito de sonhos,

Alcanço o coração.

Sonho que sou feiticeiro

Que transformo e invento palavras

Que alienado invento o mar.

Que do abismo faço o paraíso.

E do teu nome felicidade.

a tua janela...

Gosto de bairros. Gosto de bairros com arvores e folhas no chão. Gosto de olhar as estrelas por entre os ramos das árvores. Gosto da ilusão que elas causam entre a dança dos ramos. Gosto de pequenos jardins entre prédios, que não cresciam mais que três andares. Gosto do chilrear dos putos nas noites de verão, e do som da bola pontapeada. Gosto do termo vizinhança. Gosto dos parques infantis onde partia a cabeça e esfolava os joelhos. Não me lembro dos jogos de pc´s e derivados. Lembro me de ser índio e doutros serem comboys. Lembro me das primeiras conversas eróticas. Lembro-me de ver os seios crescer ás minhas amigas meninas. Lembro me de ter sonhos e planos. Lembro me de correr um dia e uma noite inteira. De dormir cansado e descansado. Não me fez falta ténis com rodinhas, luzinhas, centro comerciais e afins. Não me fez falta solidão e playstation. Faz-me falta a correria. Quando vou á janela, vejo um rebuliço inexistente com vinte anos de existência. Lembro-me do cheiro dos cozinhados do prédio, que me faziam sentir desfalecer de fome, ao subir as escadas. Lembro-me de saber que os meus vizinhos adoeciam e morriam, engravidavam e tinham filhos. Lembro-me das primeiras “voltas” que dei de elevador, com a mesma emoção, da minha primeira vez na montanha russa. Lembro-me de roufenhos relatos ecoarem aos domingos á tarde. Sinto isso na janela da cozinha da tua casa, com o cheiro a roupa estendida de madrugada. Tens cem mil folhas caídas no jardim. Tens o bulício da pacatez, do recanto onde vives. Tem alma o teu bairro. Tem alma a luz do teu quarto. Tem encanto a tua janela. Tem grades a tua porta. Tem cheiro o chá que cozinhas. Sabe á tua boca. Sabe a ti nas noites em que me envolves, tal como a melodia branda e terna, que encanta o ar de incenso eloquente e azul do teu astral….

O ar é forte e sabe bem !..

O ar é forte e sabe bem. Tem a serra sobranceira ao mar. Do cimo, desfraldado ao vento, os moinhos dizem segredos ao mar. O mar seduzido mexe-se calmamente. Demorados caminhos escondem-se entre os ribeiros secos de água. Agua que faz verde a vegetação rasa ao solo. A terra vermelha é o sinónimo quente do que sinto. O tempo urge devagar. Os dias fecundam as noites como se não existissem estações. O mar espelha os gestos morenos do Verão acabado. O branco do quintal reflecte ao sol e aquece a fresquidão lânguida do acordar. A fruta sabe melhor. O cheiro a café invade o tecto que me parece sempre diferente. Sons ablusados ecoam dentro de mim num ritmo pardacento. Os abraços são demoníacos e duram até hoje. Os lábios tocados enrolam-se com as palavras. Os sentires ficam nos lençóis que suamos. Os sorrisos são suaves e claros, e não existem porque existe razão. As viagens são abaixo do excesso de velocidade, mas a velocidade esta impregnada no habitáculo. Mil quilómetros abaixo ou acima não tem importância. Importa viajar. É de viagens que fazemos os encontros. É de viagens que cantamos á saudade. Um dia quero ser faroleiro, ter uma casa de madeira e um cão grande. Um dia quero dormir onde tiver sono. Quero dedilhar acordes ás estrelas, e descansar no teu colo. Quero ter o frio dividido contigo.