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Cardilium

Cardilium

Esqueço-me !...

  Apetece me viajar !...  Queria  ver -me agora em Amesterdão a ouvir um tipo de cabelo azul a tocar violino para mim. Queria saborear o cheiro doce que o ar emana na Holanda, que não tenho a certeza de ser  a  flores. Podia igualmente presentear-me com a praça de Santiago de Compostela . Nas escadarias Catedrais, terei o olhar imobilizado no homem estatua, que não chora nem ri , e é atemperado, (termo que define a amplitude termica que se esquece ter). Podia estar a passear nos Campos Elisios, em Madrid, Barcelona ou Copenhaga. Podia vaguear por Marrocos , Indonésia, ou Moçambique. Agora trabalhar das 08.00 ás 18.00 h não tem a ver comigo. Torna-me infeliz , insensato e mal educado. Pagar o IRS na produção , na venda e na revenda, nos emprestimos, nos automoveis , nas peças dos automoveis, na agua , na luz , nos cds, nos livros, nas propinas, não. Não quero. Trabalhar para entregar de mão beijada o meu esforço das 08.00 ás 18.00, a um tipo qualquer, que me diz que sou obrigado , pior ainda. Obrigado ??? Mais vale não trabalhar. Obrigado ? Não obrigado !... Vou mas é para a serra da Lousã. Compro um rebanho, e sento-me, a vê-lo medrar. Planto um pézinho ou dois de canabbis e entretenho-me com os sonhos. Faço uma cabana, toco e escrevo. Entro ás horas que acordar, e saio ás horas que adormecer. Oiço o ventinho assobiar. E assobio com o riacho entres as pedras. Tenho prazeirosas conversas comigo, faço as perguntas e dou-me as respostas. Escuto o silêncio e faço-me amigo dos passaros. Livro-me assim ao IRS , e ao referendo do aborto. Não levo portatil nem telemovel. Quem me quiser visitar é bem vindo. O tempo é pura invenção. Faço de médico, engenheiro, pintor e escrivão. Faço de Juiz, de Deus e de Diabo. Faço de doente e curandeiro. Faço de ponta de lança e de guarda redes. Faço de marido e amante. Faço os papeis todos de livre e espontanea vontade. Faço guerra e paz. Escolho as minhas armas, Crio e invento. Solidifico, cristalizo, ajusto-me. Corro e páro. Escuto e olho. Pestanejo. Amo e desamo.  Deprimo e extasio. Mas não chateio ninguem, nem pago impostos. Não voto. Esqueço-me. Não vou a reunioes de AA ou NA , não tenho terapeutas, psicologos ou psiquiatras. Não sinto. esqueço-me, esqueço, vou esquecendo, esqueci-me !...

A dor é finita !...

  Novo Ano ou Ano Novo ! Comecei este Ano 2007 noves fora nada. Festejei  a 29.12.2006. Fiquei com quem me deixou escolher. Nao escolhi, apenas acederam é minha escolha. Tive o previlegio apenas , de poder estar.  Faço o balanço  25 dias antes do 31. Comecei o ano, com a dor dividida de quem divide comigo os dias. Queria ser hoje um Indio curandeiro de uma tribo. Queria ser omnipotente- Nao pela grandeza , não pelo poder. Queria somente transferir ou acabar. Queria no fundo, começar. Queria distribuir paz e bem estar. Queria ser lucidez , luz ou caminho. Momentos há, em que a minha pequenez somente existe.  Sinto que habito o corpo errado. Sinto que a minha mente não me pertence. Existo não para além , mas antes da dor. Sinto me cego, incapaz, surdo e imovel. Sinto o fisico trespassar-me a alma. Sinto a alma turva. Sinto a verdade e a mentira, iluminada com a mesma intensidade. Sinto-me uma ilha rodeado de deserto. Sinto descontrolada a enxurrada. A musica é uma mistura confusa e estridente. Estridente, aguda, dolorosa. Os silencios são berros que me enlouquecem. O fogo é a minha ilha. Cigarros são as minhas orações. O fumo denso, desenha as letras com que invento as palavras. As paredes são os quadros da minha vida. Fico vazio. Eu fico por ti vazio e impotente. Sem saber desenhar o fumo com que inventas as palavras. Esmoreço por ti em arduo tremor. Sei que ainda agora o Ano começou. Ainda falta a Primavera. E verão que no Verão ressuscitei. De A a Z. De 1 a 9- De menos infinito a mais infinito. Finita é a dor ? Finito é o Amor ? As fronteiras são meras directrizes. Pessoal é o que sentes nesta hora meu irmão. Pessoal é o que te rodeia. Impessoal são as duvidas que te consomem. Os medos são nossos. As agonias são nossas. As lagrimas são nossas. Os abraços também. A dor é finita !.....