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Cardilium

Cardilium

Ah, esta desarranjada existência

Ah, esta desarranjada existência,

Perturbada.

Penas imensuráveis,

Opacas.

Vidro cristal translúcido,

Pintura,

Escalpe,

Alma rupestre.

Sol brilhando de céu,

Noite de lua quente,

Altiva e nova.

Ah, se de tão desarranjada esta existência,

Vivente fosse,

A morte daria tréguas,

E madrugadas de tempo,

Ao tempo que se esgota,

Que não volta.

E, volta na volta,

Sucumbe pobremente,

Em feitiço e própria vontade,

Em mentira feita verdade,

De uma verdade infortunada.

Quarto de luz ténue,

Acobardado em nome da sorte,

Antes vida,

Muito antes,

Antes da morte.