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Cardilium

Cardilium

“Tanto que passamos juntos mais o mar”

Tanto que passamos juntos mais o mar. Prolongamento de mim. Elevas-me. Ar do ar que me aquece, brisa do vento que me tempera. As noites são os metros quentes que percorremos. Os dias são o sangue da vida que nos une. Baralho-me e confundo-me com os raios que me cegam ao entardecer. Já gosto mais dos amanheceres, do que dos entristeceres. Há semanas deitei-me num pedaço fresco de relva, onde me guiaste. Entre as rochas, a água corria em melodia. Senti o meu corpo ausentar-se da minha massa corporal. Como se a minha alma adormentasse, mantendo-me eu acordado. Paz feita daquele momento. Entre arribas e vales os dois fecundamos. Não sendo, tu um ser vivo, concebes vida em mim. Não sou de concentrações e essas coisas, com “gajas” de mamas ao leu, iron maiden, e “mines” a correr em bica, escorridas peito abaixo. Acho que tens orgulho no dono que tens. Eu e tu, mais ninguém. Os dois decidimos e escolhemos os carreiros. Somos anti-social, um apêndice das nossas vontades, adoptamos estados, sítios, sóis, luas e girassóis, perfilhados e doados de vida. Não sendo um ser vivo, já senti saudades tuas, arrepios por ti, um nó na garganta, uma vontade imensa de ti, os olhos flamejados de saudade, sudação cutânea, e tesão. Uma tesão imensa de te montar e ir por aí, tantas vezes, mais que sempre, sem saber se pela direita ou pela esquerda, se por cima ou se por baixo. Apenas sentir-te entre as minhas pernas, apertada nos meus joelhos, com esses 750 CC desfraldados ao tempo, que me guiam, mais do que são guiados. Admiro-te, tens de mim a promessa de cuidar de ti, até que possa em ti subir e montar-te. Fiz uma pasta no Facebook nossa, eu e tu e:

 

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