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Cardilium

Cardilium

Não e tal...

Não me aborreçam mais com o natal. Até o mar anda revoltado com essa coisa, pá. Tenho-o visto. As ondas estão altas e bravas e as gaivotas andam desnorteadas. Estou a ver os contentores como de costume a 26 de Dezembro de todos os anos a abarrotar, como se se babassem. Cheios, a transbordar de gula e hipocrisia. E as luzes? Coitadas das luzes, cansadas, e ali estão elas naquele frenesim de piscar, não piscar, piscar, não piscar. Extenuadas, coitadas lá estão elas dependuradas e enleadas nas varandas, com tanto frio que está. Que crueldade. E o papel? O papel ontem colorido e enlaçarado, amontoa-se agora deslaçado. “Prontos”. Já é outro dia. Já acabou o natal. Podemos voltar a foder o próximo, que a noite de, ou do natal, já passou. Este natal é óptimo, está muito bem encaminhado. O FMI ainda não aterrou na portela e o salário mínimo nacional aumentou 15 euros. “Granda” desbunda como diria o Jorge Jesus do benfica, estou tão contente. Para o caralho mais o natal, e as árvores, e os reis magos, e as sms embelezadas de tão pirosisse. Não me fodam. Chega. Párem. Não me importo que gostem do natal. Não me importo nada. Não me importo mesmo nada. Desde que o natal seja como a liberdade, que comece onde acabe a minha e a minha comece onde acabe a vossa. Ou seja, não me meto no vosso natal nem nesse abundante espírito natalício feito de uma noite só, desde que não me vendam ou impinjam o vosso natal, que eu sou comunista, homossexual e drogado e tudo o que for de mau. Depois dessa bendita noite volto. Volto não. Voltamos todos a ser gajos normais. “Primeiros” porque já se esqueceram, “segundos” porque eu nem me lembrei. Mas por favor parem com os mails da amizade, e as sms´s contrafeitas, vulgares, e sem qualquer laivo de criatividade, antes que a ASAE apareça por aí. Depois de amanhã voltamos a falar. Beijos, e um bom parto.