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Cardilium

Cardilium

Edmundo

O Edmundo é ateu,

Esteve preso neste mundo,

E foi livre na prisão,

Nasceu numa escada,

Num vão.

Sua mãe infiel,

Gerou-o num bordel,

O Edmundo já na rua,

Ouvia: “que mãe é a tua”.

Já na escola observava,

As letras e os números,

A raiz e o quadrado,

Jogava bem à bola,

E sabia de matemática.

No entanto não namorava,

Era descriminado,

Por ser filha da Laura,

Uma mulher de mau porte,

Pagava a factura,

De uma vida sem sorte.

O Edmundo acabou preso,

Nas ruas estranhas da morte.

Vive agora uma vida nova,

Com os amigos dados pela sorte.

O Edmundo tentou,

Conduziu um camião,

Andou nas obras e fez,

Estiva em pleno verão,

De cada vez que se endireitava,

Logo algo o derrubava.

Culpou disso o mundo,

De ter sido ladrão,

Por ter nascido,

Numa escada,

Feita de vão.