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Cardilium

Cardilium

Natal !

Estranho! Estranho-me. Sou tão feliz por vezes, aos bocados. E não me chega. Penso na morte e não a temo. Talvez o desconhecido me fascine e atormente. Aqui também não se faz nada. Agora vem aí o Natal. Não me fodam com o natal. Nem as luzes me cegam, nem os discursos apinocados e prenhes de uma hipocrisia latente me faz vir. Já não ejaculo.  

Lá tenho eu que receber a merda das peúgas aos losangos com pêlo que o meu primo Carlitos me vai dar pelo vigésimo quinto ano consecutivo. Faço má cara e a minha mãe diz:

 

“Não liguem, ele não gosta do Natal”.

E a puta da Francisca com tom hipocondríaco na voz, diz:

“Então Jorginho, não gostas do Natal porquê?”

 

Nesta fase já estou com a tensão arterial a 14 / 20 e vale-me a cumplicidade no olhar da minha filha. Antes o FMI aterrar na portela que o natal, e o menino Jesus, e a vaca e o burro, e o José, e os reis magos e por aí fora.

Porra não há paciência. Vá lá, para não ser tudo mau há as azevias, vale por isso. As azevias.

 

Estranho! Estranho-me. Sou tão feliz por vezes e aos bocados. E não me chega.