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Cardilium

Cardilium

Quando me enfastiam as avenidas

Quando me enfastiam as avenidas,

Povoadas de gente e de ninguém,

As luzes trémulas ausentes,

Já não dou nem três vinténs,

Das almas penadas que caem,

E os Outonos que nas árvores jazem.

 

As pedras calcetadas,

Nos caminhos encetados,

O mar bravo sossegado,

A lua cheia armada,

Neste Junho já finado,

E eu? Eu aqui quebrado.

 

Estes nacos de solidão,

Em noite quente de verão,

Outrora foram ilusão,

Palavras de mão em mão,

Gritos de paixão,

Corpo meu em exaustão.

 

Agradeço assim passar e não ser visto,

Mesmo assim não desisto,

Das coisas por fazer,

Misturo o que sinto no verde,

No rio que ferve e passa,

Na avenida enfastiada.

 

PS: Estas palavras não foram escritas segundo o novo acordo ortográfico.