Quando me enfastiam as avenidas
Quando me enfastiam as avenidas,
Povoadas de gente e de ninguém,
As luzes trémulas ausentes,
Já não dou nem três vinténs,
Das almas penadas que caem,
E os Outonos que nas árvores jazem.
As pedras calcetadas,
Nos caminhos encetados,
O mar bravo sossegado,
A lua cheia armada,
Neste Junho já finado,
E eu? Eu aqui quebrado.
Estes nacos de solidão,
Em noite quente de verão,
Outrora foram ilusão,
Palavras de mão em mão,
Gritos de paixão,
Corpo meu em exaustão.
Agradeço assim passar e não ser visto,
Mesmo assim não desisto,
Das coisas por fazer,
Misturo o que sinto no verde,
No rio que ferve e passa,
Na avenida enfastiada.
PS: Estas palavras não foram escritas segundo o novo acordo ortográfico.