A vinte de Junho nao te deixo
Os rios correm no céu. Todos passamos de bestiais a bestas com a morte, é a instantânea hipocrisia latente. Fizeste-lo em vida, divergente e pensante. Estavam “muitos” mais presentes, que aqueles que gostarias que estivessem. Era escusado. Podiam estar “todos” nos Açores com os outros, não haveria qualquer problema. A ignorância que o regime ditatorial deixou neste País mantém-se. Pessoas como tu incomodam. Fazem pensar, acrescentam conhecimento e melodia ás palavras. Como tal não são útil ao capital e capitalistas. Li-te, reli-te. Irei continuar a fazê-lo, não porque morreste, mas porque estás vivo em mim, como os salgueiros das margens do Almonda da Azinhaga, e os pescadores avieiros que te embalaram nesse nascer cristalizado de vida que não acabará nunca.
Ouvi numa tv que o Nobel tinha sido atribuído ao livro “Intermitências da Morte” mete-me nojo tamanha barbaridade. Fico sem palavras para tamanho... não tenho palavras.
NÂO FOI.
O NOBEL FOI ATRIBUIDO A TI, À OBRA-PRIMA DENOMINADA “MEMORIAL DO CONVENTO”, ESCRITO DE UMA JANELA EM FRENTE AO CONVENTO DE MAFRA, COM UMA FORÇA INEXPLICÁVEL POR DETRÁS....
As palavras por vezes só atrapalham guardo-as para mim