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Cardilium

Cardilium

Ergo os olhos acesos!

Ergo os olhos acesos! Encandeio-me. Cega-me uma luz densa e fria, que me gela. Sinto ferver o sangue de não me querer dar! Não entrego a minha alma assim de madrugada. Guardo-a numa simbiose egoística e apavorada. Finalizei um percurso labiríntico. Os rios e os ventos povoam-me o pensamento. Confundem-me. Fico amarrado ás horas de fogo amaciado. Como um rio seco, quente, árido e desaguado. Esplendoroso. Pesam-me as pálpebras de espertina. Sonho com um País parado, imóvel como um quadro. Reflicto! Antes fosse uma árvore que te tocasse. Arvore larga e oca. Oca de interiores habitados e cheios. Há dias em que fico tão cansado que imagino um ser no meu sofá para me embalar. Há dias em que quero envelhecer devagar. Mas sei que nunca vou entender. Então que seja livre a ter o demónio na alma. Mudo de sorriso. A cor dos olhos. Preservo a alma. Comemoro festejos antigos e remotos. Assobio à janela. Não sei para que porto navego. Nem sequer sei se navego. Travo a respiração pelo prazer de sentir o cérebro atordoado. O prazer de me sentir alucinado. Durmo pouco pelo prazer de tremer. Gosto de estar exausto. Gosto de resistir. Resistir para desistir nas oito horas que mereço. Guardo as tempestades como se a saudade não existisse. Guardo os nomes que escrevi na areia escaldante. Apagam-se as ondas enroladas na areia.

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