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Cardilium

Cardilium

Falta de quórum

 

O farol dos corvos é um imaginário meu pintalgado de mar, rocha e corvos. Oiço o piar dos corvos removendo palavras roubadas em ideias geniais assambarcadas e publicadas por aí. Publico as minhas letras feitas mais do que letras. São pedaços de torturados de mim, devaneios e critérios. São fome e solidão, presença e abastança. Ser solidário comigo é abraçar-me na ausência fria de humanidade. Obra mais que palavras, palavras mais que ódio, loucura mais que sanidade, empreendedorismo mais que investigação. Os autores que eu gosto não são normalmente best-sellers. Não têm listas intermináveis de seguidores ás cores, com música a condizer. Não necessitam. Muito menos têm prefácios ou comentários, não os aceitam porque não se vendem ou mudam de rumo, por ser suposto, sê-lo ou fazê-lo. Acredito eu, que vale mais ser do que parecer. As pessoas com mau feitio têm substrato mas normalmente falta de quórum. Mas dias existem em que recompensas inesperadas caiem do céu, madrugam nos lençóis, ou exalam dos poros. Há dias em que um beijo vale um beijo, há dias em que me apetece um beijo e não o tenho. Há dias em que a saudade é feita de beijos apenas.